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Títulos pós-fixados, como Tesouro Selic e Tesouro IPCA+ são os mais indicados para os próximos meses. Na renda variável, os fundos multimercados também devem ser beneficiados
O Comitê de Política Monetária (Copom) subiu a taxa de juros Selic em 1 ponto percentual nesta quarta-feira (4), passando de 4,25% para 5,25% ao ano. O quarto ajuste de 2021 veio em linha com as expectativas dos agentes financeiros, que esperam uma atuação mais dura do Banco Central diante da disparada da inflação nos últimos 12 meses.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) já acumula alta de 8,35% desde junho de 2020. Portanto, os ativos de renda fixa atrelados à Selic ou CDI (taxa próxima a de juros) continuam perdendo para a inflação do período. Isso não significa, entretanto, que essa classe de ativos não esteja com oportunidades atrativas. Como em toda análise de investimentos, o segredo também é olhar para frente.
“O mais importante quando analisamos investimentos, seja em Bolsa ou renda fixa, é observar a dinâmica dos próximos meses. O mercado hoje tem precificado uma série de altas para as taxas de juros nas próximas reuniões do Copom”, afirma Stefan Castro, gestor de renda fixa da AF Invest. “Se olharmos a curva de juros, a taxa terminal é entre 7% e 8%.”
De acordo com o Boletim Focus, a expectativa é que a Selic esteja ao redor de 7% no final de 2021, enquanto a inflação estacione em 6,79% – o que daria um retorno real (juros menos inflação) praticamente nulo. Já em 2022, os juros devem continuar em 7%, para uma inflação em 3,81%, o que abre para um rendimento real positivo para as aplicações mais conservadoras.
Essa também é a visão de Fábio Fernandes, sócio-fundador da Delta Flow Investimentos. “O elefante entrou na sala e não tem mais como ignorar, a tendência é alta da Selic, que ficou tanto tempo em dois dígitos e depois chegou aos 2%. Acreditamos que para aquele investidor mais conservador, ter uma parcela maior em investimentos atrelados aos juros faz total sentido.”
Pós-fixados e crédito privado em destaque
Entre os títulos públicos, os pós-fixados (Tesouro Selic e Tesouro IPCA+) seguem como a melhor aposta para os próximos meses, seja por conta dos prêmios atrativos ou por serem mais defensivos em um cenário de volatilidade. Com as eleições presidenciais se aproximando, e o mercado ainda alerta para os riscos fiscais, as incertezas devem impactar os títulos pré-fixados, cujas taxas variam conforme as expectativas econômicas.
Fonte: E- Investidor / Estadão
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